Manejo da Síncope no Consultório
- Felipe Bravo
- 19 de mar. de 2020
- 3 min de leitura
Uma das situações de Emergência Médica mais comuns na prática Odontológica

O desmaio (síncope vasodepressora) é a emergência médica mais comum na odontologia. Todos os cirurgiões-dentistas têm chance de encontrá-la em diversas ocasiões ao longo da carreira. O desmaio é uma situação de fácil manuseio quando não se entra em pânico, o que não se ensina tão fácil. O termo lipotímia é habitualmente utilizado em situações onde há os sinais característicos da síncope, porém sem a perda de consciência.
SINAIS INICIAIS
Sensação de calor Perda da coloração de pele; pele pálida ou acinzentada Sudorese acentuada (diaforese) Paciente reporta “não me sinto bem” ou “estou me sentindo tonto” Náusea Pressão sanguínea arterial no limite basal ou abaixo dele Taquicardia
SINAIS TARDIOS
Dilatação da pupila Bocejo Hiperpneia Mãos e pés frios Hipotensão Bradicardia Distúrbios visuais Tontura Perda de consciência
CAUSAS
A síncope é uma perda da consciência transitória e abrupta associada com a inabilidade de manter um tônus postural. O episódio geralmente ocorre devido a uma hipoperfusão para o córtex cerebral e para o sistema ativador reticular cerebral. Ambas as estruturas dependem do metabolismo cerebral e da disponibilidade de oxigênio e glicose para o seu bom funcionamento.
FATORES PSICOGÊNICOS PARA A SÍNCOPE
Medo Ansiedade Estresse emocional Recebimento de más notícias Dor, especialmente repentina e inesperada Imagem de sangue ou cirurgia ou instrumentos odontológicos (seringa de anestesia local)
FATORES NÃO PSICOGÊNICOS
Sentar em posição ereta ou ficar de pé Fome em função de dieta ou refeição não realizada Exaustão Condição física inadequada Ambiente quente, úmido, lotado Sexo masculino Idade entre 16 e 35 anos
TRATAMENTO
O tratamento adequado da síncope vasodepressora segue o tratamento básico recomendado para todos os pacientes inconscientes: P→C→A→B
P: POSICIONAMENTO A primeira e mais importante etapa no tratamento da síncope é a colocação da vítima em posição supina. Ainda, uma pequena elevação das pernas ajuda a aumentar o retorno do sangue periférico. Esta etapa é vital porque a grande maioria das manifestações clínicas observadas na síncope resulta de um fluxo sanguíneo cerebral inadequado. A falha em colocar a vítima na posição supina pode resultar em morte ou dano neurológico permanente secundário à isquemia cerebral prolongada . Este dano pode ocorrer em 2-3 minutos se a vítima se mantiver em posição ereta.
C→A→B (suporte básico de vida, quando necessário)
A vítima deve ser examinada imediatamente quanto à presença ou não de pulso central e quanto à respiração. Na maioria dos casos de síncope vasodepressora, nos quais o paciente tem pulso presente, o procedimento de inclinação da cabeça e elevação do mento estabelece com sucesso a patência das vias aéreas.
Para verificar a circulação, o pulso carotídeo deve ser palpado. Embora raros, episódios breves de assistolia ventricular se desenvolvem na síncope. Na maioria dos casos, entretanto, um pulso fraco, filiforme, é palpável. A frequência cardíaca é geralmente muito baixa. Entretanto, mais frequentemente, a vítima começa a recuperar a consciência no momento em que ela é colocada em posição supina.
D (tratamento definitivo) a: uso do O2. O O2 pode ser administrado ao paciente com síncope ou pós-síncope, em qualquer momento do episódio. b: monitoramento dos sinais vitais. Os sinais vitais, incluindo a pressão arterial sanguínea, frequência cardíaca e frequência respiratória, devem ser monitorados, registrados e comparados aos valores basais do paciente, para determinar a severidade da reação e o grau de recuperação. c: procedimentos adicionais. Estes procedimentos incluem o afrouxamento de roupas restritivas, como gravatas, colarinhos (que diminuem o fluxo sanguíneo ao cérebro) e cintos (que diminuem o retorno do sangue venoso das pernas), e o uso de estimulantes respiratórios, como a amônia aromática.
Para utilizar o sachê de amônia, o socorrista deve esmagá-lo entre os dedos e segurá-lo próximo ao nariz do paciente. A amônia, por ter um odor nocivo, estimula a respiração e o movimento muscular.
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